História: O Engenheiro Agrícola no Brasil

Texto por José Wallace Barbosa do Nascimento

Não se pode relatar a história da Engenharia Agrícola no Brasil sem antes descrever como ela surgiu no mundo. Esse ramo da Engenharia foi inicialmente reconhecido como disciplina em 1907 com a formação da Sociedade Americana de Engenheiros Agrícolas – Asae. A constituição dessa organização profissional teve por objetivo promover a arte da ciência da Engenharia aplicada à agricultura. Em1908 foi iniciado o primeiro curso de Engenharia Agrícola pela Escola de Agricultura Mecânica e Artes da Universidade de Iowa – EUA.

As necessidades no campo da agricultura à época demandavam urgentemente um profissional de engenharia que aplicasse os conhecimentos de mecânica, construções de estradas vicinais, pontes, eletrificação rural, armazenamento de grãos, irrigação e drenagem, surgindo daí a profissão de engenheiro agrícola.

Naquele momento o mundo havia perdido a força de trabalho da mão de obra escrava até então utilizada na agricultura. Diante da nova realidade imposta às atividades de produção agrícola surgiu a necessidade de empregar conhecimento de engenharia para mecanizar algumas atividades e aumentar a produção na mesma área com custos equilibrados com o capital investido.

Para a criação do curso de Engenharia Agrícola no Brasil foram necessárias várias reuniões da Comissão Técnica de Ciência e Desenvolvimento Tecnológico denominada Ponto IV/ Usaid/ Brasil que na primeira reunião em abril de 1966 recomendou a criação do curso. Mesmo assim foram realizadas outras reuniões dentre elas pode-se citar as de 1968 em Washington D.C., 1969 no Rio de Janeiro e em 1971 em Washington D.C. Nesta última ficou decidido que se deveria criar uma Comissão Brasil / EUA para elaboração de um documento como Plano de instalação de um Centro de Ensino e Pesquisa em Engenharia Agrícola.

Logo em seguida foi nomeada a comissão especial para estudo de implantação de cursos de Engenharia Agrícola composta por dois brasileiros dois norte-americanos e um representante da FAO. Essa comissão visitou todas as regiões do país e constatou que os níveis de conhecimentos e aplicações da Engenharia Agrícola no Brasil eram ainda incipientes, sendo essa especialidade tratada apenas superficialmente em disciplinas do curso de Agronomia com uma breve descrição das máquinas agrícolas, não analisando e nem propondo novos projetos. Com essa constatação, a comissão decidiu pela não indicação de qualquer local para a instalação do centro de Engenharia Agrícola.